Instrumentos utilizados no Jazz

Instrumentos
utilizados no Jazz

 

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Bateria 

A
bateria sofreu uma transformação radical nos anos 40, pelas mãos de Sidney
Catlett, Kenny Clarke e Max Roach.
De um papel secundário, com uma função de simples marcadora de tempos, como
acontecia no jazz tradicional e (com raras exceções) no swing, a bateria passou a dialogar com
os outros instrumentos. O fraseado também se alterou, passando a incorporar
batidas no contratempo e figuras rítmicas irregulares inseridas dentro do ritmo
básico. A partir do hard bop, com Max Roach e Art
Blakey, a bateria se tornou solista e mesmo líder de conjuntos. Encontramos
grandes bateristas da atualidade desempenhando esse papel, como o saudoso Tony Williams,Billly Cobham e Jack DeJohnette.

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Contrabaixo 

O
contrabaixista é considerado, pela maior parte do público, ainda que
inconscientemente, como sendo “aquele sujeito lá no fundo do palco”. Simpático,
porém secundário. Muitos contrabaixistas já se queixaram dessa idéia
pré-concebida. E, de fato, essa imagem está bastante longe da realidade no jazz
moderno. Como veremos, o papel do contrabaixo é bem mais complexo.

Nos
primórdios do jazz a função de executar a voz grave da trama harmônica e
polifônica era executada por um instrumento de sopro: a tuba. Essa tradição
permaneceu por algum tempo, mesmo após a emergência do contrabaixo; até meados
dos anos 30 ainda havia contrabaixistas que tocavam também a tuba.

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Guitarra 

As
seis cordas – celebradas por inúmeros escritores, poetas e pintores do
Ocidente; herdeiras de uma grande tradição européia que remonta aos alaúdes da
Renascença e às “guitarras” do Barroco; e, mais recentemente, companheiras de
incontáveisbluesmen famosos
ou anônimos da América do Norte – não poderiam faltar no jazz. A importância do
violão e/ou da guitarra no jazz explica-se, em parte, porque esse instrumento
está situado numa posição peculiar dentro do espectro sonoro: trata-se de um
intermediário entre os instrumentos puramente melódicos – como os sopros e os
metais – e os instrumentos harmônicos – como, por exemplo, o piano – os quais,
embora possam solar, geralmente são usados para fornecer a base para os solos.
Essa posição intermediária permite à guitarra transitar entre solo e
acompanhamento com naturalidade.

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Piano 

Na
música clássica, o piano é um instrumento quase onipresente – para satisfação
de uns e irritação de outros. E no jazz não é diferente. Isso se dá mais ou
menos pela mesma razão que na música clássica: o piano (como os instrumentos de
teclado de modo geral) é o instrumento que possui a maior capacidade de tocar
múltiplas linhas simultaneamente. Essa onipresença do piano se dá a despeito de
o trompete e o sax estarem, no inconsciente
coletivo, talvez mais fortemente associados ao jazz do que o piano. O piano
sempre se beneficiou de um fluxo constante de novos talentos, em todos os
períodos do jazz, desde o autoproclamado "inventor" do jazz, Jelly Roll Morton, até os
vanguardistas radicais como Cecil
Taylor e os versáteis virtuoses
modernos como Chick Corea.

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Sax Alto 

A
história do sax alto como instrumento de destaque dentro do jazz começa com
alguns músicos que tocaram nas orquestras de swing a partir dos anos 30: Johnnny Hodges
(da orquestra deDuke Ellington), Benny Carter (ele mesmo também bandleader) e
Willie Smith. Nos anos 40 a
história do sax alto (e talvez até mesmo do próprio jazz) se precipita sobre Charlie Parker. A sua sonoridade
agressiva, seu fraseado imprevisível, sua capacidade inesgotável de
improvisação, o lugar que ocupa dentro da estética do jazz como pai do bebop, até mesmo a sua biografia
trágica, tudo isso o transforma numa figura de dimensões místicas. É difícil
contabilizar o imenso número de saxaltistas e mesmo saxtenoristas que foram
influenciados por Bird – isso não apenas nos anos 40, mas também décadas depois.

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Sax Tenor 


quem diga que o jazz moderno está "saxtenorizado". De fato, os
instrumentistas que mais gravaram nas duas últimas décadas provavelmente são os
saxtenoristas, ocupando o lugar que já foi dos trompetistas. (Mas leia também
sobre o renascimento recente do trompete no jazz.) Essa proeminência se deve,
em grande parte, à atração que o jazz fusion tem pelo tenor da família de
instrumentos inventados pelo belga Adolphe Sax. Um conjunto típico de jazz fusion na atualidade se compõe de sax tenor (ou soprano) +teclados (em geral eletrônicos) + guitarra+ contrabaixo elétrico + bateria (e percussão). No entanto, o sax
tenor tem uma rica história que antecede em muito os modismos recentes, e que
remonta a mestres como Coleman
Hawkins e Lester Young. O sax tenor não esteve
sempre associado, como ocorreu até recentemente, a um som "nervoso" e
áspero, a la Gato Barbieri. Ao contrário, no swing e no cool,
a "voz" que os solistas davam ao instrumento era geralmente redonda,
suave, bem colocada. Outros tempos. Felizmente, mesmo durante a fase dos "angry
tenors
" (os "tenores zangados"), continuaram existindo
alguns mestres que primavam pela qualidade do som, como Sonny Rollins, e hoje em dia voltamos
a ter saxtenoristas de som extraordinariamente limpo e nítido, como o jovem
Joshua Redman.

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Trompete 

Embora
o trompete tenha, em certo sentido, perdido, durante os anos 80 e 90, a primazia histórica de
que sempre desfrutou ao longo de décadas entre os instrumentos do jazz, ele tem
experimentado um renascimento recente. Se o domínio do sax tenor esteve associado à popularização do jazz fusion, o renascimento do
trompete tem a ver com a retomada das raízes e formas clássicas e a emergência
do latin jazz. Durante
muito tempo, as vozes principais das grandes correntes estilísticas do jazz
foram os trompetistas: basta lembrar de Louis
Armstrong no estilo tradicional
de Chicago e no swing, Dizzy Gillespie no bebop, Chet Baker no cool,
e Miles Davis no cool e no jazz-rock.
Depois de Miles, Freddie Hubbard permaneceu quase solitário como o
grande nome do trompete nos anos 70 e 80. Com o surgimento do
virtuose Wynton Marsalis,
liderando uma releitura da tradição, e do jovem Nicholas Payton, mais moderno,
e com o sucesso do latin jazz,
nicho de grandes virtuoses como Arturo Sandoval, o trompete pode estar
caminhando para recuperar sua antiga glória.

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Voz 

Como
lembra Joachim Ernst Berendt, em seu livro O
Jazz – Do Rag ao Rock
, o jazz nasceu da música vocal. Porém tornou-se, ao
longo das décadas, uma música instrumental por excelência, fazendo com que
também a voz se tornasse um instrumento, e que os vocalistas passassem a cantar
de maneira semelhante a um trompete, um trombone ou um saxofone. Berendt resume
a dialética do canto no jazz por meio da seguinte fórmula: todo o jazz vem da música cantada e
todo o canto vem da música instrumental
.

Escrito
por: (V.A. Bezerra, 2001)

Fonte:
http://www.ejazz.com.br/instrumentos/default.asp

 

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Uma resposta para Instrumentos utilizados no Jazz

  1. Nubia Arantes disse:

    Existe coisa melhor que o jazz? Utiliza-se varios instrumentos e tem um ritmo tao bom,eu particularmewnte adoro esse estilo musical,uma cultura muito diversificada e muito atraente,tem instrumentos pra todos os gostos,nao tem como reclamar…Muito bom a explicaçao dos instrumentos,parabens xD

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